A Rússia incluiu nesta sexta-feira, 14, os Estados Unidos e a República Tcheca na sua lista de países hostis depois que as nações adotaram sanções diplomáticas contra Moscou nas últimas semanas. De acordo com o decreto do presidente Vladimir Putin, o governo norte-americano não poderá contratar cidadãos russos ou de terceiros países para desempenhar funções nas suas representações diplomáticas em território russo. Já a República Tcheca poderá contratar um máximo de 19 habitantes locais residentes em território russo. O ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, explicou que Moscou não tem o hábito de contratar habitantes locais para suas embaixadas e pode, portanto, proibir as delegações estrangeiras credenciadas no país de fazerem o mesmo.
Há duas semanas, a República Tcheca expulsou 18 funcionários da embaixada da Rússia em Praga, acusando-os de serem agentes dos serviços secretos russos, o que desencadeou uma troca de expulsões de diplomatas. A crise sem precedentes com entre o governo russo e tcheco foi seguida de expulsões de diplomatas russos de todos os países do Leste Europeu que são membros da União Europeia, com exceção da Hungria. De acordo com o jornal local Izvestia, uma dúzia de países eram candidatos a fazer parte da lista da Rússia de países hostis, incluindo também a Polônia, Lituânia, Letônia, Estônia, Reino Unido, Ucrânia e Austrália. O senador russo Vladimir Dzhabarov advertiu que essas nações ainda podem ser integradas à lista “no caso de a política anti-russa continuar”.
Nesta sexta-feira, 14, o presidente Vladimir Putin também fez uma advertência voltada especialmente à Ucrânia, que ele disse estar se tornando um país “anti-Rússia”. A fala acontece um dia depois da prisão do político ucraniano Viktor Medvedchuk, que já foi um intermediário entre os governos dos dois países e agora está sendo acusado de traição. Putin alega que o governo ucraniano está promovendo uma limpeza para tirar de cena pessoas que têm ou já tiveram laços com a Rússia. As relações entre Moscou e Kiev entraram em colapso depois que a Rússia anexou a região ucraniana da Crimeia em 2014 e pioraram novamente nos últimos meses, depois que os dois países se acusaram mutuamente de um aumento nos combates na região.
Fonte: Jovem Pan