O major aposentado da Polícia Militar de Alagoas, Pedro Silva, de 58 anos, foi preso no dia 10 de janeiro, após ser acusado de agredir a esposa e ameaçar familiares na cidade de Palmeira dos Índios. O caso foi denunciado pelo filho mais velho do casal, Pablo Victor Pereira Silva, que colaborou com a polícia para a localização e prisão do pai.
A agressão teria ocorrido durante a madrugada da sexta-feira (10), quando, segundo Pablo, o major Pedro Silva atingiu a esposa, Valquíria Pereira do Senna Silva, no rosto, deixando-a com um hematoma no olho. O acusado também teria machucado a própria mão durante a agressão.
Após o ato, ele fugiu em direção a Maceió, mas foi preso e detido com base na Lei Maria da Penha.
Pablo relatou que sua mãe sofre violência física e psicológica há cerca de 20 anos. Ele descreveu episódios graves de agressão, controle e abuso, incluindo proibição de Valquíria de estudar, trabalhar e manter contatos sociais.
"Quando eu tinha 10 anos, vi meu pai colocar fogo nas roupas da minha mãe no quintal. Aos 12, ouvi gritos dela e a encontrei com marcas de agressão e cabelos arrancados. Chamei a polícia, mas nada foi feito por ele ser militar. Desde criança, eu tinha medo de denunciá-lo, temendo por nossas vidas", afirmou Pablo.
Além das agressões, o major teria ameaçado matar Valquíria, caso seguissem com a denúncia, e sequestrado dois filhos menores, de 10 e 3 anos, fugindo para Maceió. Pablo também relatou que o pai mantinha armas de fogo em casa e as utilizava para intimidar a família.
Ainda segundo o denunciante, após ter sido liberado, o major foi preso ele foi logo em seguida preso administrativamente no quartel da polícia militar. Na segunda-feira (13), foi realizada a audiência de custódia e decretada prisão preventiva do major por um mês.
"Peço que a população saiba desse caso e que as autoridades não permitam que ele use sua influência como militar para ser solto. Ele já ameaçou minha família de morte inúmeras vezes. Não é justo que um homem que agride uma mulher por 20 anos fique impune", disse Pablo.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da PM-AL para um posicionamento diante das acusações e para confirmar a ligação do acusado com a instituição.
O Jornal de Alagoas também procurou a Polícia Civil de Alagoas. Segundo a instituição, não chegaram informações sobre a prisão de um militar da PM-AL, o que indica que o major pode estar detido em um presídio militar.