O cenário que se desenha em Alagoas à medida em que as eleições municipais de 2024 se aproximam, vem alimentando uma frustração que só cresce, para dois nomes de peso da política nacional: o presidente da Câmara do deputados Arthur Lira( PP), e o senador Renan Calheiros(MDB).
Os dois que são alagoanos encontram dificuldades para emplacar aliados na capital do estado, onde ambos que são rivais, têm seu reduto eleitoral.
Segundo um levantamento divulgado na quarta-feira (26), pelo instituto Paraná Pesquisas, apenas 9% do eleitorado da capital apoiaria "com certeza" um candidato indicado por Lira, enquanto um aliado do clã Calheiros nomeado por Renan Filho (MDB), ex-governador e atual ministro dos Transportes, teria 18,7% de votos garantidos.
A pesquisa constatou que a rejeição local aos parlamentares alagoanos se mostra bastante sólida, pois apontou que nomes ligados a Lira ou a Renan teriam, respectivamente, 54,7% e 51,6% de rejeição total entre o eleitorado.
Capital nordestina do bolsonarismo
A estratégia de Arthur Lira para colocar nomes de sua confiança na capital era indicar um vice-candidato para o aliado JHC (PL), atual prefeito de Maceió, que tem vantagem nas pesquisas eleitorais e caminha rumo à reeleição em 2024. Entretanto, articulação de Lira vem cambaleando, porque nas últimas semanas, JHC tem defendido o senador Rodrigo Cunha (Podemos) como provável companheiro de sua chapa.
Se eventualmente Cunha vencer a disputa municipal, quem assume sua cadeira no Senado como suplente é Doutora Eudócia, ex-prefeita de Ibateguara (AL) e mãe de JHC, que em 2022, acompanhou o filho e migrou do PSB para o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, assumindo a presidência estadual da ala feminina do partido.
MDB em baixa
Enquanto o grupo político do prefeito vive tensões internas, a situação não é diferente para os aliados dos Calheiros em Maceió. O candidato escolhido por Renan ao Executivo da capital alagoana, o deputado federal Rafael Brito (MDB), aparece em terceiro lugar no levantamento Paraná Pesquisas com apenas 3,8% das intenções de voto.
A esperança da família Calheiros é que o apoio do governador emedebista Paulo Dantas, cuja aprovação vem crescendo e chega a 54,5% no estado, traga algum reforço à candidatura de Brito. Porém, a missão não será fácil, visto que 48,7% dos eleitores de Maceió afirmam que "não votariam de jeito nenhum" em um nome endossado pelo chefe do Executivo estadual.
