O presidente da Rússia, Vladimir Putin, formalizou, nesta segunda-feira, 18, perante as autoridades eleitorais, sua candidatura à presidência da Rússia. A eleição acontece em 17 março de 2024. O russo apresentou os documentos para sua inscrição, como candidato independente, à Comissão Eleitoral Central (CEC). No começo do mês, durante sua coletiva de imprensa anual, a primeira desde 2021, ele já tinha sinalizado que tentaria a reeleição – ele está no poder desde 2000, com um hiato de quatro anos (2008-2012) como primeiro-ministro -, alegando que sua candidatura é porque compreende que “hoje não possa ser feito de outra forma”. No último sábado, Putin obteve o apoio de mais de 750 personalidades da política, da cultura e do esporte intimamente ligadas ao Kremlin, que serão responsáveis por iniciar o processo de recolha das 300 mil assinaturas necessárias à sua nomeação, uma vez que concorrerá como candidato independente. De acordo com uma sondagem do Fundo de Opinião Pública, 70% dos russos defendem a candidatura de Putin e apenas 8% querem sua saída da política. Além disso, 78,5% dos russos confiam no atual inquilino do Kremlin e 75,8% aprovam sua gestão à frente do Estado.
A oposição extraparlamentar liderada pelo detido Alexei Navalny decidiu não boicotar as eleições, uma opção apoiada por outros adversários, como o enxadrista Garry Kasparov. Por sua vez, os comunistas e ultranacionalistas, que têm representação parlamentar, deverão apresentar os seus próprios candidatos nas próximas semanas. Neste momento não se sabe quem serão os políticos que irão desafiar o atual mandatário no próximo ano, embora se espere que os comunistas apresentem seu candidato, assim como os ultranacionalistas. A polêmica reforma constitucional de 2020 permite ao atual presidente cumprir mais dois mandatos de seis anos cada, até 2036. A oposição ao Kremlin considera que as eleições serão um referendo sobre a atual guerra, em que a Rússia não atingiu os objetivos que traçou em fevereiro de 2022 e teria sofrido, segundo o Ocidente, mais de 300 mil vítimas, entre mortos e feridos. As eleições acontecem depois de dois anos de ofensiva na Ucrânia, que desencadeou uma série de sanções ocidentais contra a Rússia.
No domingo, 17, em seu primeiro discurso de campanha antes das eleições, Putin prometeu fazer da Rússia uma “potência soberana”, em seu primeiro discurso de campanha antes das eleições de março de 2024.”A Rússia será uma potência soberana e autossuficiente, do contrário, deixará de existir”, disse Putin aos líderes de seu partido, Rússia Unida, em um congresso de apoio à sua candidatura. Putin, de 71 anos, disse que fará da “soberania” um dos principais objetivos de seu quinto mandato no Kremlin. “Só tomaremos decisões nós mesmos, sem conselhos do exterior”, frisou. “A Rússia não pode – como alguns países – ceder sua soberania por algumas migalhas e se tornar satélite de alguém”, defendeu. O líder do Kremlin declarou que ainda há “muito a fazer pelos interesses da Rússia” e que o país enfrenta “tarefas históricas”.
*Com agências internacionais
Fonte: Jovem Pan