Os dados nacionais e oficiais mostram que as polícias de Alagoas são bastante eficientes, considerando o trabalho específico da elucidação dos homicídios.
Na relação de Mortes Violentas Intencionais x Mortes a Esclarecer, a Segurança Pública alagoana registra 1,6%.
Um resultado que aponta a eficiência da polícia alagoana nas investigações de assassinatos.
Atrás apenas do Distrito Federal e Paraná, cujo resultado chegou a 0,9% na mesma relação.
Estados com investimentos, por óbvio, maiores na Segurança Pública estão longe de alcançar esses números.
Em São Paulo, por exemplo, a relação MVI x Mortes a Esclarecer é de 59,8% e o no Rio de Janeiro, 45,7%.
Volto a repetir que as estatísticas nessa área evoluíram e se qualificaram bastante, sendo confiáveis. Há, sim, uma queda no número de homicídios em todo o país, apesar de que 20% dos homicídios do mundo ocorrem em território brasileiro.
O que deve ser o motivo de vergonha para nós.
A questão política em Alagoas
O problema central de Alagoas, na abordagem do tema, é um histórico difícil de ser superado: sempre que há um assassinato envolvendo um político ou poderoso local, a chance de elucidação beira a zero.
É verdade que esses crimes têm sido mais raros, o que é bom. Quando acontecem, porém, rapidamente o nome do mandante chega à "boca do povo", sem entrar no relatório da polícia.
Os mais recentes, de grande repercussão, ocorreram no final de 2017: Rodrigo Alapenha foi assassinado em Delmiro Gouveia; Neguinho Boiadeiro, em Batalha (à luz do dia).
Os dois casos "morreram", e não há nada que possa assegurar que os mandantes não possam repeti-los.
Situação típica das sociedades onde os chamados coronéis têm poder político e de fogo, literalmente.
A sociedade, por sua vez, se mantém silenciosa pelo medo ou por conveniência.
Pelo cenário atual, vai demorar muito até que Alagoas ultrapasse esse estágio de evidente atraso.