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Transição tenta adiar assembleia que pode elevar salário de presidente da Eletrobras para R$ 300 mil

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Vice-presidente eleito e coordenador do governo de transição, Geraldo Alckmin (PSB) enviou ofícios ao Ministério da Economia e ao BNDES solicitando o adiamento de assembleia geral da Eletrobras marcada para esta quinta-feira (22) para tentar aprovar o aumento nos salários e bônus dos executivos da empresa.

Nos ofícios, Alckmin argumenta que o governo de transição não tem as informações necessárias para fazer uma avaliação segura da proposta que será discutida. Ele ainda pede acesso a pareceres técnicos, boletins, decisões e atas de reuniões que subsidiarão o posicionamento do governo federal na assembleia, seja ele de apoio, oposição ou abstenção.

No governo de transição, as informações são as de que o posicionamento deve ser pela abstenção, o que facilitaria a aprovação do aumento nos salários.

Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, a proposta prevê mais que quintuplicar o salário do presidente da companhia, que passaria dos atuais R$ 52.335,71 para R$ 300 mil. E pede que os aumentos sejam retroativos a abril de 2022, quando foi realizada a última assembleia de acionistas.

Os vice-presidentes, que hoje ganham R$ 49,862,59, passariam a receber R$ 110 mil. Atualmente, o presidente e seis diretores recebem salários. A proposta da Eletrobras é a de que, além do presidente, nove vice-presidentes sejam remunerados.

Os membros do conselho de administração, que hoje ganham R$ 5.440,36, passariam a ganhar de R$ 60 mil a R$ 200 mil.

O valor geral destinado à remuneração de diretores e conselheiros passaria de R$ 15,4 milhões para R$ 35,9 milhões por ano. Além de salários e benefícios, o valor inclui bônus por desempenho, cujos montantes dependerão do cumprimento de metas.

O texto da Eletrobras defende que os administradores da empresa estão sem reajuste desde abril de 2015. "A defasagem remuneratória se verifica não somente em função dos players privados, mas também frente às principais empresas estatais federais de porte equivalente (Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal)."

No processo de privatização da Eletrobras, o governo emitiu novas ações para investidores privados, reduzindo sua participação na estatal para 29%.

Fonte: Valor Invest

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