Um deslizamento interdita a rodovia BR-376, na altura do km 699, em Guaratuba, no Paraná, desde a última segunda-feira, 28. O acidente no trecho paranaense da rodovia aconteceu por volta das 15h30, interditando cerca de 200 metros da rodovia com lama, próximo ao km 699, na região da Serra do Mar, no sentido Santa Catarina. Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública do Estado, em razão das fortes chuvas, um montante de terra desabou, soterrando pela lama ao menos seis carretas e 15 veículos. Até o momento, duas pessoas foram encontradas mortas e seis resgatas com vida. Equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar e da Polícia Científica atuam de forma ininterrupta no local para viabilizar acesso aos veículos soterrados e encontrar novas vítimas, mas a chuva contínua e a situação na região impedem a confirmação do total de desaparecidos. Os bombeiros trabalham com a estimativa de 30 a 50 desaparecidos. “A gente não tem como precisar o número exato de vítimas porque o veículo vai de uma pessoa a cinco pessoas. Por isso estamos trabalhando com a hipótese de termos de 30 a 50 [vítimas]. Então, essa é a maior dificuldade: saber quantas pessoas estavam no interior do veículo”, disse o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Vasco.
O primeiro corpo de uma vítima do deslizamento foi encontrado ainda na segunda, por volta das 22h30, e identificado pela Polícia Científica como João Maria Pires, de 60 anos, natural de São Francisco do Sul (SC). O segundo corpo, também de um homem, foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros na tarde desta terça-feira, 29, e encaminhado para Curitiba, onde deve passar por perícia no Instituto Médico Legal (IML). Não há informações sobre a identidade da vítima. Autoridades alertam para riscos de novos deslizamentos na rodovia, principalmente em razão das chuvas. Da mesma forma, o risco de desabamento total da pista não é descartado, uma vez que a terra estaria sobrecarregando o asfalto. “Está totalmente instável, (tem o risco) não só de desmoronamento — ou deslocamento de massa, como a gente fala — como também do rompimento da pista. Essa terra tem um peso muito grande sobre essa pista, que está em uma região suspensa, então é um cenário muito complexo para se trabalhar”, declarou o Cel. Fernando Schunig, coordenador estadual da Defesa Civil do Paraná. A rodovia BR-376, entre Curitiba e Santa Catarina, permanece interditada. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, não há previsão de liberação da via nos próximos dias e o deslocamento entre os Estado só acontece por rotas alternativas.
“As maiores dificuldades enfrentadas neste momento são por causa do mau tempo, com a previsão de um aumento no volume de chuvas. A situação na área, que já é de risco, tende a piorar nos próximos dias se continuar assim”, complementou o comandante-geral dos Bombeiros. No momento, uma equipe de 54 bombeiros militares trabalha em duas frentes do local de deslizamento, com uso de três cães farejadores, guinchos e drones com câmera com identificação térmica para encontrar sinais de vida. Entretanto, até o momento o equipamento termal não conseguiu resultados na identificação. As autoridades do Estado afirmam que os trabalhos acontecem “de forma cautelosa”, já que as chuvas “ampliam os perigos de novos desmoronamentos na área”. O objetivo das equipes é a busca por vítimas e a avaliação do cenário, avaliando vias de acesso sobre a terra ainda encharcada para acessarem os veículos visíveis. O governo do Paraná disponibilizou telefone para familiares e amigos de pessoas que eventualmente possam ter desaparecido no local. O contato deve ser feito com a Central de Atendimento da Polícia Científica pelo pelo telefone (41) 3361-7242, com serviço 24 horas. Outras informações podem ser obtidas pelo Centro de Operações Cidade da Polícia – 0800-282-8082. Até o momento, 19 contatos telefônicos foram registrados. As equipes também usam máquinas para retirada de terra e de entulhos na via. Uma carreta e três veículos que estavam na parte superior da pista já foram retirados pelo Corpo de Bombeiros. Além disso, aeronaves foram deslocadas para auxiliar na busca pelos desaparecidos, mas não operam por causa das condições climáticas.
Além dos dois deslizamentos no km 699, as fortes chuvas que atingem o Paraná também causaram inundações e enxurradas em outros municípios do Estado. “Estamos com esse trabalho em vários municípios da Região Metropolitana e Litoral, apoiando as famílias, retirando das áreas de risco, fazendo o transporte, colocando em abrigos e alojamentos”, explicou o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Schunig. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o desabamento desta segunda-feira foi o maior evento trágico na BR-369 desde 2011, quando também houve queda de barreira.
Fonte: Jovem Pan
