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POLÍCIA FEDERAL ABRE INQUÉRITO PARA INVESTIGAR INSTITUTOS DE PESQUISAS

Polícia Federal - Foto: Reprodução
Polícia Federal - Foto: Reprodução

A Polícia Federal abriu nesta quinta-feira (13) um inquérito para investigar a atuação dos institutos de pesquisas eleitorais.

O pedido de investigação foi enviado à PF pelo ministro da Justiça Anderson Torres. O ministro recebeu, da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, um ofício que citou a divergência entre os resultados das urnas no primeiro turno e as pesquisas divulgadas às vésperas da votação.

No ofício, a campanha afirmou que um artigo da legislação eleitoral tipifica como crime a "divulgação de pesquisa fraudulenta" e solicitou a adoção de providências pela Polícia Federal.


A TV Globo apurou que Corregedoria-Geral da PF, instância responsável por definir em qual unidade vai tramitar a investigação, não encontrou, a princípio, indícios de crimes eleitorais.

O inquérito será conduzido pela divisão fazendária da Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal, em Brasília. Entre as primeiras providências, os investigadores irão solicitar aos institutos de pesquisas que informem as metodologias usadas.

Os institutos atribuíram divergências entre os números de pesquisas de intenção de voto e os efetivamente registrados pelas urnas no dia da eleição a um movimento de última hora de parte dos eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). Diante da possibilidade, divulgada pelas pesquisas, de vitória de Lula (PT) no primeiro turno, esses eleitores teriam antecipado os votos que pretendiam dar a Jair Bolsonaro no segundo turno (veja mais detalhes abaixo).

Também nesta quinta, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Macedo, determinou a abertura de um inquérito para investigar institutos de pesquisa.

Macedo argumentou que os institutos erraram de maneira semelhante o resultado final da votação do dia 2 de outubro para presidente da República. Ele alegou que isso pode significar que houve uma "conduta coordenada entre as empresas", o que seria irregular.

Pesquisas

Na última pesquisa Datafolha antes do primeiro turno, divulgada no sábado (1º), Jair Bolsonaro (PL) aparecia com 36% dos votos válidos. Pela margem de erro, poderia ter de 34% a 38%.

Já a pesquisa Ipec mostrava Bolsonaro com 37%. Pela margem de erro, ele teria de 35% a 39%.

Nas urnas, Bolsonaro teve 43,2% dos votos válidos, diferença de quatro a cinco pontos acima da margem de erro máxima nas duas pesquisas.

Já Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparecia com 50% dos votos válidos no Datafolha divulgado na véspera da eleição. Pela margem de erro, tinha de 48% a 52%

A pesquisa Ipec indicava Lula com 51% dos votos.

Na margem de erro, teria entre 49% e 53%. Nas urnas, Lula conquistou 48,43% dos votos, dentro da margem do Datafolha, e um pouco fora da margem do Ipec.

Justificativa dos institutos

Após o primeiro turno, os dois principais institutos de pesquisa do país deram uma explicação parecida para o que aconteceu.

Segundo eles, a própria divulgação das pesquisas indicando a possibilidade de vitória de Lula no primeiro turno pode ter feito que os eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) que votariam em Jair Bolsonaro no segundo turno antecipassem suas escolhas para o primeiro. Ou seja, a informação fornecida pelas pesquisas ajudou os eleitores a fazerem suas escolhas na última hora.

Márcia Cavallari, diretora do ipec, explicou como isso teria acontecido.

"A última pesquisa divulgada na véspera da eleição mostrava que o presidente Lula poderia ganhar a eleição no primeiro turno, e de fato ele ficou a 1,6% dos votos de ganhar no primeiro turno. O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, teve seis pontos a mais do que a pesquisa apontava, e analisando os resultados nós vemos que houve uma migração dos 3% de indecisos que ainda tínhamos na pesquisa na véspera da eleição e o índice do Ciro e da Simone que ficaram menores. Então, talvez com essa informação os eleitores tomaram uma ação estratégica de antecipar um possível voto no segundo turno neste primeiro para impedir que a eleição acabasse no primeiro turno", disse.

A diretora do Datafolha, Luciana Chong, fez uma avaliação parecida.

"O que a gente viu na pesquisa de véspera foi um índice ainda de 13% de eleitores que declaravam que ainda poderia mudar o seu voto. E entre os eleitores de Ciro esse índice era de 41%, e entre os de Simone Tebet chegava a 37%. Então a pesquisa de véspera foi finalizada no sábado, por volta da hora do almoço, e dali até o domingo, o dia da eleição, a gente viu um movimento de eleitores que votavam no Ciro, Tebet, branco e nulo indo para o presidente Jair Bolsonaro. Então o voto útil que não aconteceu a favor de Lula, aconteceu a favor de Bolsonaro nessa reta final", afirmou.

Fonte: redação com G1

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