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Brasileiros correm para vender notas de 20 e de 50 libras

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A procura de brasileiros para se livrar das notas de libra esterlina de papel cresceu até 80% em casas de câmbio de São Paulo, já que a partir da próxima sexta-feira (30) as cédulas antigas 20 e de 50 libras não serão mais aceitas em lojas e empresas inglesas.

Imagem ilustrativa da nova nota de 50 libras, com a imagem do matemático Alan Turing

Divulgação Banco da Inglaterra

Segundo funcionários de casas de câmbio consultados pela reportagem, há uma corrida por medo de que o dinheiro perca a validade e algumas casas de câmbio ainda não sabem se vão continuar aceitando notas de libra em papel após o término do prazo.

Procurado para esclarecer se existe algum serviço para trocar as notas vencidas fora do Reino Unido, o Banco da Inglaterra não respondeu até a publicação deste texto.

Na casa de câmbio Cotação, as notas de libra que estão perto de expirar eram compradas por valor cerca de 10% menor do que a taxa padrão. Nesta quarta (28), uma cédula era cotada a R$ 4,79, enquanto as demais valiam R$ 5,30 por libra, uma diferença de R$ 0,51.

A reportagem foi até a unidade do shopping Pátio Paulista, em São Paulo, e negociou uma nota antiga de 20 libras sem dificuldade. Em troca, recebeu R$ 95,94.

Nos últimos dias, a procura para vender libra em papel cresceu 80% na GetMoney, afirma a diretora da corretora de câmbio Vanessa Blum Colloca.

Diferentemente do que ocorre no bancos ingleses, as casas de câmbio brasileiras não estão realizando a troca simples das notas. Aqui, é preciso vender a libra de papel.

"Isso é o que está fazendo a maioria dos clientes. Eles estão vendendo a libra de papel e comprando a libra nova [de polímero] ou mesmo o euro, que se desvalorizou", diz Vanessa.

A reportagem falou por telefone com uma atendente, que passou a cotação de R$ 3,10 na manhã desta quarta-feira (28). Mais tarde, a GetMoney afirmou que estava negociando a moeda de papel por R$ 4,54.

Em uma unidade da GetMoney visitada pela reportagem no período da tarde também no Pátio Paulista, as notas prestes a vencer eram cotadas a R$ 3,12, enquanto o câmbio regular era de R$ 5,20 por libra. Com isso, 20 libras renderiam R$ 62,40.

No momento, a empresa não está realizando a compra de cédulas de polímero. Vanessa afirma que a empresa aguarda uma sinalização do Banco da Inglaterra para saber se mantém a compra das cédulas de papel após o dia 30. "Estamos atentos, mas por enquanto vamos manter somente até sexta."

No início da semana, o BoE (Banco da Inglaterra) contabilizava mais de 11 bilhões de libras (R$ 64 bilhões) de dinheiro em circulação que deixará de valer. Os modelos de papel vão ser trocados por cédulas de polímero, que são mais resistentes e difíceis de serem falsificadas.

No Reino Unido, após o dia 30 de setembro, as cédulas antigas ainda poderão ser trocadas pelos correntistas nas agências bancárias ou pelos correios britânicos. A autoridade bancária não estipulou um prazo para realizar esse procedimento.

Segundo Andréia Gomes, gerente da casa de câmbio Sky Câmbio, o estabelecimento também não aceita a troca da nota de papel pelo modelo de polímero, mas realiza a compra com deságio, ou seja, por um valor menor. O valor pago pela libra em papel na manhã desta quarta-feira era de R$ 4,60, já com o desconto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Já o valor pago pela nota de polímero era de R$ 5,23, 13% a mais do que a nota que sairá de circulação. Na venda, a libra saía por R$ 6,15.

"Nossa expectativa é continuar comprando [as notas que serão descontinuadas] após o dia 30, porque ainda tem muitas notas em circulação. Estamos aguardando para saber se haverá mudança no preço, mas acredito que não."

Na casa de câmbio SP Mundi, em São Paulo, o deságio varia de 25% a 40% de acordo com a taxa de câmbio do dia. Nesta quarta, o valor pago pela libra de papel era de R$ 3,73, enquanto pela cédula nova o preço subia para R$ 5,22. A empresa também não confirma se manterá o procedimento após o dia 30 de setembro e aguarda uma sinalização do banco inglês.

A casa de câmbio Cotação, do Grupo Rendimento, informou que continuará adquirindo as cédulas antigas, incluindo as de 20 e de 50 libras, mesmo após o dia 30 de setembro.

Segundo o BC (Banco Central) brasileiro, as instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio podem aceitar ou recusar cédulas oferecidas durante as operações, já que a operação de câmbio é considerada um ato voluntário.

"Dessa forma, as instituições autorizadas não são obrigadas a negociar moeda estrangeira em espécie com seus clientes", informou o BC, por meio da assessoria de imprensa.

Substituição gradual

Segundo o Banco da Inglaterra, as notas de papel de 20 libras começaram a ser retiradas de circulação em fevereiro de 2020, quando o polímero de 20 libras entrou em circulação.

As notas de 50 libras em papel começaram a ser retiradas em junho de 2021, também substituídas pelas cédulas mais resistentes.

As cédulas de 20 e de 50 libras completam a primeira série de polímeros do BoE. De acordo com a instituição, a introdução de notas de polímero permite uma nova geração de recursos de segurança que as tornam ainda mais difíceis de falsificar.

As notas também são resistentes à sujeira e umidade, o que permite que elas durem mais. Elas têm recursos táteis que permitem que deficientes visuais possam usá-las com mais facilidade.

As notas de 20 libras com a figura do economista Adam Smith estão sendo substituídas pela figura do artista William Turner.

Quem passa a ilustrar a cédula de 50 libras é o matemático e cientista da computação Alan Turing, no lugar dos fundadores da empresa Boulton and Watt, Mattew Boulton e James Watt.

Fonte: Valor Invest

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