Dólar
Euro
Dólar
Euro
Dólar
Euro

valor

"A mobilidade é uma preocupação mesmo para os clientes de alto padrão"

Imagem de destaque da notícia
Entrevista | Solange Portela de Andrade, diretora da JB Andrade A exclusividade, em alta no mercado imobiliário de todo o país, é levada a sério pela JB Andrade Imóveis, que já entregou cem prédios com esse conceito no Jardim Oceânico, área mais valorizada da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Sucessos de vendas antes mesmo dos lançamentos, os empreendimentos da empresa têm como principal atrativo o modelo de obras por administração, no qual um grupo de compradores adquire cotas do terreno e financia a obra com recursos próprios. A seguir, a diretora da imobiliária, Solange Portela de Andrade, fala sobre o casamento dessa estratégia com a tendência do pós-pandemia de valorização da moradia.

Qual a importância de personalizar os projetos para o público de alto padrão?

Esse cliente tem um grau de exigência mais alto, gosto mais sofisticado e costuma recorrer a arquitetos para fazer um projeto diferenciado que valorize ainda mais o imóvel. É importante atender às expectativas desse comprador.

Como funciona a personalização do imóvel na fase de obras?

Nós utilizamos há muito tempo o sistema de obras por administração. O grupo é financiado com recursos dos próprios compradores, não tem a figura do incorporador ou da instituição financeira. O interessado adquire uma cota do terreno e participa da construção. Temos uma planta-padrão, mas cada um pode personalizar seu imóvel, o que é um atrativo extra em termos de tempo, custo e prazo.

O metro quadrado nos lançamentos da Barra chega a ser 40% maior que nos imóveis usados. Como tornar um imóvel novo competitivo?

O valor do imóvel novo subiu especialmente em função do custo do material. A obra por administração pode tornar o imóvel novo mais atrativo, e ainda tem a facilidade da personalização, seja no projeto ou no acabamento. Assim, vários custos são reduzidos. Quando a obra é concluída, o comprador recebe seu imóvel já com as modificações solicitadas, desde que sejam aprovadas pela construtora.

A venda de cotas dos empreendimentos tem se tornado mais comum?

Já fazemos isso há muito tempo em alguns bairros, mas principalmente no Jardim Oceânico e no Recreio. Só no Jardim Oceânico já fizemos uma quantidade bem considerável de construções por meio do sistema de obra por administração. Um imóvel usado tem que ser pago à vista ou financiado por alguma instituição financeira. Nesse caso de obra por administração, não há a figura da instituição financeira ou do incorporador. A obra é custeada pelos próprios compradores das cotas de terrenos. O imóvel usado tem um preço mais convidativo, e o comprador, que às vezes tem limite orçamentário, pode usar a instituição financeira para facilitar a compra. Apesar disso, a pessoa também tem que estar atenta à necessidade de reforma do imóvel usado você pode ter algum imprevisto e, no resultado final da obra, às vezes acaba saindo um pouco além do orçamento. Então é preciso levar isso em consideração.

O metrô no Jardim Oceânico, além de melhorar a mobilidade, também atrai o comprador de alta renda?

Hoje em dia, todo mundo se preocupa com a questão da mobilidade, até por praticidade e por qualidade de vida. A localização continua sendo um dos fatores que o cliente leva muito em conta na hora de decidir por um imóvel, até porque ele pode escolher morar perto do trabalho ou não. A mobilidade é fundamental até mesmo para o alto padrão.

Nos locais de gabarito limitado, como o Jardim Oceânico, o condomínio costuma ser muito elevado. Há estratégias para evitar preços proibitivos?

Nesses edifícios, o número de condôminos é menor, mas muitos compromissos e obrigações que você tem que cumprir são os mesmos de um grande condomínio. Então, para que esse valor não fique proibitivo, é fundamental ter uma administração eficiente e inteligente. Mas há várias questões das quais não há como fugir, como segurança e funcionários.

O investimento em tecnologia ajuda a reduzir a dependência de mão de obra?

A automação ajuda em vários itens, como consumo de luz e água, mas o custo ainda é alto. Nos prédios menores já se tem adotado, por exemplo, a portaria eletrônica, mas ainda não é o modelo mais usado, porque o morador ainda prefere a presença do porteiro ou do zelador em tempo integral para se sentir mais seguro e confortável. É uma questão cultural. Em outros países as pessoas estão mais acostumadas a se virar sozinhas, pegar seu lixo e colocar no contêiner na rua e receber as compras, por exemplo. Mas aqui essa cultura de proatividade ainda não está sacramentada. Então, as pessoas preferem a presença física de um funcionário, mesmo sabendo que isso tem custo e que a mão de obra pode consumir um valor considerável da receita de um prédio pequeno, por exemplo.

As tendências vistas na pandemia, como a busca por mais espaços e a valorização da moradia, vão perdurar?

Sim, não são tendências passageiras. Aumentar o conforto da casa passou a ser uma necessidade vivenciada 24 horas por dia durante o isolamento social. Isso nos levou a valorizar mais a casa, e o home office continua sendo opção para muitas pessoas, mesmo para aquelas que trabalham em regime híbrido. Há muitos casais que precisam de espaços para os dois trabalharem, e é preciso buscar esse conforto. Essa tendência vai permanecer e exigir espaços bem elaborados, com valor agregado, varanda com espaço gourmet, espaço pet e vários elementos que podem trazer e bem-estar, como academias e spas, mesmo em prédios menores.

O que mais mudou dentro de casa a partir do isolamento imposto pela pandemia?

Eu acho que as pessoas passaram a valorizar não só o espaço para atender bem à família, mas também para receber visitas. Nem todo mundo gostava de receber antes, mas depois do período de confinamento muita gente passou a valorizar isso. Então, ter um espaço que você possa adequar para receber amigos e familiares tornou-se mais importante.

Fonte: Valor Invest

Comentários

Leia estas Notícias

Acesse sua conta
ou cadastre-se grátis