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Preços ao consumidor da FGV têm deflação em julho, mas só por causa de gasolina e energia

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Após corte de impostos, os dois itens responderam por praticamente toda a variação negativa indicador e, sem isso, a taxa teria ficado estável O movimento observado no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Getulio Vargas em julho — de menor taxa mensal desde o Plano Real — pode se repetir na inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgada amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A avaliação foi feita pelo coordenador do IPC do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV Ibre), André Braz, que atribui a deflação de preços ao consumidor em julho exclusivamente ao efeito da gasolina e da energia. Os preços caíram após redução do imposto (ICMS) sobre esses itens.

O IPC da FGV, parte do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), ficou em -1,19% em julho, após alta de 0,67% em junho. O impacto da gasolina foi de -0,99 ponto percentual na taxa de -1,19% do IPC, enquanto o da energia foi de 0,20 ponto percentual. Os dois itens responderam por -1,19 ponto percentual da taxa. Sem eles o índice teria ficado estável.

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O preço da gasolina, que tinha subido 0,18% em junho, caiu 14,24% em julho, enquanto a tarifa de eletricidade ampliou a queda de 0,41% para 5,13%, considerando a mesma base de comparação.

“Essa taxa do IPC é a menor do Plano Real só por causa da gasolina e da energia, não é por um efeito generalizado [de queda de preços]. [...] O mesmo deve acontecer com o IPCA, que a gente deve conhecer na terça-feira. Pode ser que seja o mais negativo da série do Plano Real. Mas não é uma queda de preços generalizada, até porque o índice de difusão está acima de 60%. Isso significa que 60% da cesta de consumo das famílias está em alta”, disse ele.

O índice de difusão, que mede a proporção de itens com preços em alta, ficou em 67,74% em julho, ou seja, quase sete em cada dez itens tiveram preços mais altos em julho, na comparação com o mês anterior. O número reflete alta disseminada de preços, diz Braz, embora o índice tenha recuado frente a junho, quando ficou 72,58%.

Por conta da concentração em gasolina e energia, o coordenador do IPC da FGV Braz resiste a classificar o movimento dos preços ao consumidor em julho como deflação. “Assim como inflação é um aumento generalizado dos preços, a deflação tem que ser uma coisa mais generalizada, não concentrada em apenas de dois itens por conta de uma política fiscal expansionista que mudou. Não faz muito sentido. Isso só ocorre sustentado pela redução do ICMS”, disse, acrescentando que foram feitas “manobras” para garantir esses preços mais baixos do último mês.

A deflação no IPC foi uma das razões para explicar a deflação do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de julho. O índice desacelerou de um crescimento de 0,62% em junho para queda de 0,38% em julho. Só que a maior influência veio dos preços industriais, já que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) tem maior peso na formação do IGP-DI. O IPA caiu 0,32% em julho, após alta de 0,44% em junho, influenciado pela queda dos preços das commodities diante da ameaça de recessão nos países desenvolvidos.

“Temos um IPA que recua por causa da queda dos preços de commodities importantes, como minério de ferro, soja e milho. É uma desaceleração que vem sendo acentuada só pela ameaça de uma recessão nos países desenvolvidos. À medida que essas economias enfrentam inflação elevada, isso também aproxima os países do risco de uma recessão”, explicou.

Fonte: Valor Invest

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