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Antony Blinken

Saiba o que é a Transnístria e por que a Rússia quer essa região


Na sexta-feira, 22, o general das forças do distrito militar do centro da Rússia, Rustam Minnikhanov, afirmou que além da região do Donbass, controlada por separatistas, os russos também têm interesse em dominar o sul da Ucrânia, o que possibilitaria a formação de um corredor até a Transnístria, república separatista pró-Rússia no leste da Moldávia. O Kremlin ainda não comentou essa informação, entretanto, desde o anúncio, o governo da Moldávia expressou sua profunda preocupação e viu o local se tornar alvo de ataques, como o que ocorreu nesta quarta-feira, 27, que atingiu uma central de rádio e instalações de segurança.

Autoridades da região separatista pró-Rússia anunciaram que um vilarejo na fronteira com a Ucrânia foi alvo de disparos. “À noite, foram vistos vários drones sobre o povoado de Cobasna”, indicou o Ministério do Interior de Transnístria em um comunicado oficial. “Foram registrados disparos a partir da Ucrânia, que não provocaram vítimas”, segue o texto. O vilarejo, localizado a dois quilômetros da fronteira com o país do Leste Europeu, abriga um grande depósito de armas da época soviética que está sob o controle de soldados russos mobilizados nesse território. A possível formação de uma rota terrestre e domínio do sul da Ucrânia, impossibilitaria que os ucranianos tenham o acesso ao Mar Negro – no início do conflito os russos tentaram dominar a região de Odessa e Mikolaiv, localizadas no sul do país.

O que é a Transnístria?

A Moldávia é mais um dos países que pertenceram à União Soviética e se tornou um Estado independente após a queda do bloco. Entretanto, no início dos anos 1990, houve um conflito entre a recém-independente República da Moldávia e os separatistas da Transnístria – que possui uma faixa estreita de terra com cerca de 3.490 quilômetros, situada entre a Ucrânia e o restante do país –, que queria permanecer ligados à Rússia. Com isso, em 1992, a região se separou da Moldávia após uma breve guerra civil que durou dois anos.

Apesar de ter sua própria Constituição, Exército, moeda e bandeira, a Transnístria nunca foi reconhecida pela comunidade internacional, nem mesmo pela Rússia que interferiu para apoiar a separação. Atualmente, ela possui cerca de 500 mil habitantes extremamente dependentes do governo russo, que fornece gratuitamente gás e tem 1.500 militares mobilizados neste território. Os moldávios não dão muito importância para essa região e a classificam como um “fim de mundo preso à era soviética”, onde estátuas de Lênin continuam de pé. Por lá, não é possível utilizar cartões internacionais e apenas uma empresa, chamada Sheriff, tem o domínio de praticamente tudo.

O desejo do general Rustam Minnikhanov de estabelecer uma ligação terrestre com a Transnístria, gerou preocupação mundial, já que interesses como esse se repetem por anos da parte russa, que utiliza deste argumento para invadir outros locais que fizeram parte da União Soviética, como Geórgia e Ucrânia. O Kremlin, a Moldávia e os Estados Unidos demonstram preocupações com a escalada do conflito nesta região. Em entrevista coletiva, a presidente moldava, Maia Sandu, declarou que “a partir das informações que temos nesse momento, essas tentativas de escalar a situação partem de facções dentro da região da Transnístria que são forças pró-guerra e estão interessadas em desestabilizar a situação na região”. Assim que o conflito na Ucrânia começou, a Moldávia deu entrada em seu pedido de adesão à União Europeia. Líderes da Transnístria, porém, afirmaram que não possuem a mesma intenção e exigiram a criação de dois Estados independentes.

A Ucrânia também acusa os russos de tentarem arrastar a região separatista da Transnístria para o meio de sua guerra contra Kiev. O secretário de estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, viajou para Moldávia pouco depois que o conflito começou, como parte de uma demonstração de apoio, tanto à soberania do país quanto aos seus esforços para acolher os refugiados. A jornalistas, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, declarou uma preocupação com as explosões, mas reiterou “o apelo à calma do governo moldavo em resposta a esses incidentes e apoiamos plenamente a integridade territorial e a soberania da Moldávia”. Os norte-americanos estão monitorando os acontecimentos. Se as informações do general Minnikhanov forem confirmadas, ficará claro que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem ambições muito maiores do que libertar o Donbass. O ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, se posicionou sobre o depoimento de Minnikhanov. Em seu Twitter, ele declarou: “Eles pararam de esconder”, se referindo a Rússia e sua reais intenções no conflito com a Ucrânia.

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