O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, aproveitou a celebração dos 90 anos da fundação do Exército Revolucionário do Povo Coreano, realizada na Praça Kim Il Sung de Pyongyang na segunda-feira, 25, para apresentar o seu poderio militar que inclui: tanques, lança-foguetes e mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs), e informar que o país vai acelerar o desenvolvimento de seu arsenal nuclear. “Vamos continuar dando passos para fortalecer nossas capacidades nucleares a um ritmo mais rápido”, afirmou Kim, de acordo com a agência estatal KCNA. “As forças nucleares, símbolo de nossa força nacional e eixo de nosso poder militar, devem ser fortalecidas em termos de qualidade e escala”, acrescentou.
Esse desfile e as suas falas vêm em um momento em que a Coreia do Norte enfrenta duras sanções internacionais por seu programa de armas nucleares e os Estados Unidos e Coreia do Sul fazem um alerta para uma possível retomada do programa nuclear de Pyongyang. Segundo eles, há sinais de novas construções no único local de testes nucleares conhecido da Coreia do Norte, que está oficialmente fechado desde 2018. Durante o governo de Donald Trump, Kim teria aceitado a suspensão dos testes de mísseis nucleares e de longo alcance como parte da tentativa de negociação entre os líderes, porém, essa iniciativa fracassou em 2019 e está paralisada desde então. Com isso, o chefe de Estado norte-coreano permanece realizando testes de armas e demonstrações de poder militar. Apenas este ano, Pyongyang executou mais de 10 testes de armas, incluindo o primeiro míssil balístico internacional lançado a plena capacidade desde 2017.
Durante o seu discurso no evento de celebração, Kim disse que a missão fundamental da força nuclear da Coreia do Norte é deter a guerra. “Se alguma força tentar violar os interesses fundamentais de nosso Estado, nossas forças nucleares terão que cumprir decisivamente sua segunda missão inesperada”, disse Kim. “As forças nucleares de nossa República devem estar totalmente preparadas para cumprir sua missão responsável e colocar em ação sua dissuasão única a qualquer momento”, acrescentou. Hong Min, membro sênior do Instituto Coreano de Unificação Nacional em Seul, disse que o discurso de Kim pode sinalizar uma mudança em sua doutrina nuclear para deixar aberta a possibilidade de “primeiro uso nuclear”, depois de limitar anteriormente seu propósito à dissuasão e defesa.
Jovem Pan