A dificuldade do deputado Paulo Dantas (MDB) assumir o governo-tampão e também ser um nome viável para disputar a reeleição, além do "teto" alcançado nas pesquisas pelo senador Rodrigo Cunha (PSDB), são encarados como chances para o ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD) e o prefeito de Pilar, Renato Filho (MDB), firmarem palanques e iniciarem conversas para candidaturas próprias ao Palácio República dos Palmares.
Novo líder do PSD alagoano empossado por Gilberto Kassab, presidente nacional da legenda, Rui segue desde o início da semana o script de todos os dirigentes que firmam alianças em torno de candidaturas principalmente nas proporcionais.
Renato Filho assinou filiação ao MDB esta semana e busca convencer os Calheiros a lhe darem apoio para a disputa ao governo. "Renato fez a opção de entrar no MDB para ser a terceira via", disse um aliado. Também vale o argumento de que um candidato próprio no MDB ao Executivo "puxa" mais deputados federais.
As atuais regras eleitorais estabelecem que os partidos precisam ter nomes a deputado federal para acessar mais dinheiro do fundo partidário além de brigar por ministérios e cargos de segundo e terceiro escalões na máquina pública, seja quem for o presidente da República.
Em 2021, os partidos receberam R$ 939,1 milhões de fundo. O PSD foi a quarta sigla que mais ganhou: R$ 53,4 milhões. O MDB vem em quinto, com R$ 50,6 milhões.
O MDB foi o primeiro partido em Alagoas a anunciar seus pré-candidatos a federal e estadual.
É neste cenário aparentemente estabelecido entre dois polos – o dos Calheiros e dos Lira – que Rui aproveita: 1) a fragilidade do governador Renan Filho (MDB) e do senador Renan Calheiros (MDB) sem um candidato próprio à sucessão estadual, assinando compromisso de apoiar Dantas, candidato imposto pela Assembleia Legislativa 2) o silêncio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que intensifica as visitas aos municípios mas não revela quem vai apoiar ao governo e, 3) a dificuldade de Rodrigo Cunha circular entre as lideranças políticas.