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Rio Innovation Week: Especialistas defendem transição da matriz energética

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Palestrantes discutiram soluções que podem ajudar o Brasil a superar crise energética e a cumprir meta de neutralidade carbono até 2050 O avanço das mudanças climáticas e a queda no nível dos reservatórios, que levou o país a enfrentar a pior crise hídrica dos últimos 91 anos, tem reforçado a urgência de transição da matriz energética de combustíveis fósseis para as fontes renováveis de energia, segundo especialistas que participaram das discussões do painel "As transformações no setor de energia”, no Palco do Conhecimento, na Rio Innovation Week, neste domingo.

Na avaliação de Elbia Gannoum, CEO da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), a crise hídrica foi um reflexo das mudanças climáticas e deve trazer a “variável climática” para o centro do planejamento de empresas e governos quando se trata de diversificação da matriz energética brasileira.

"A crise hídrica é um reflexo das mudanças climáticas e prova que nós precisamos fazer essa transição e diversificação energética porque estamos tendo consequências diretas na sociedade e nos negócios. Devemos colocar essa variável na nossa conta para fazer um desenho de matriz que realmente mitigue esses riscos (de fornecimento de energia) que a gente tem sofrido nos últimos anos", disse Elbia.

Rodrigo Lopes Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), enfatiza que o Brasil ainda é muito dependente das hidrelétricas para a geração de energia, embora tenha ampliado nos últimos dez anos a participação de fontes como a energia solar, eólica e biomassa.

Segundo ele, há uma série de iniciativas que podem ajudar na diversificação da matriz nos próximos anos que podem ser feitas diretamente pelo consumidor final: "Você tem a geração de energia via biogás, pequenas eólicas e pequenos aproveitamentos hídricos onde há essa água disponível que ajudam a trazer mais resiliência e diversificação da matriz sem depender do poder público. O Brasil acabou de manter a marca de 1 milhão de consumidores atendidos por geração própria de energia solar, mas o país tem 89 milhões de consumidores de energia elétrica e essa marca representa só 1%."

Fernanda Delgado, diretora executiva corporativa do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), vê espaço para o setor de óleo e gás auxiliar no processo de transição energética, especialmente a partir de parcerias com empresas que atuam no setor eólico offshore - segmento que tem estado na mira dos investimentos de petroleiras mundo afora e que deve crescer no Brasil.

"A indústria eólica pode dar o braço à indústria petrolífera e com essa alavanca, a gente cria e impulsiona as eólicas offshore. Existe uma sinergia enorme em como utilizar as embarcações, os portos e estruturas. Inclusive, pode ser aproveitado todo o final da linha da produção da indústria do petróleo, que chamamos de descomissionamento, para a indústria eólica. Há uma sinergia muito grande. Tem negócios, tem dinheiro na mesa e tem energia sendo criada", disse Fernanda.

Neutralidade de carbono em 2050

Os palestrantes também lembraram do compromisso firmado durante a COP26 de que o países precisam atingir a neutralidade de carbono em 2050.

Elbia Gannoum, da ABEEólica, lembrou que os investimentos de energia eólica offshore precisarão quadruplicar até 2030 para que seja possível alcançar a nossa meta firmada. O Brasil, nesse meio, parte de uma condição favorável pelos recursos disponíveis e características geográficas do país, avalia: "Temos uma energia muito competitiva para produzir o hidrogênio verde, um grande mercado para nós. Estamos justamente nesse momento estudando esse mercado. Vamos utilizar novas tecnologias de descarbonização para chegar na nossa meta de 2050."

Fernanda Delgado, da IBP, frisa que a indústria de petróleo e gás não se furta da sua responsabilidade no processo de transição energética e que tem buscado soluções diversas de energia mais limpa: "Podemos falar de novos biocombustíveis, biorrefinarias que estão sendo pensadas agora, e o hidrogênio. Você tem uma série de energéticos que estão sendo pensados, que vão entrar na pauta nos próximos anos e que podem fazer essa composição mais diversificada. O tomador de decisão e os órgãos públicos têm que chegar em consensos, mas a gente vai chegar lá."

Assista aqui ao painel "As transformações no setor de energia”:

Fonte: Valor Invest

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