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Em Ribeirão Preto, Doria critica Bolsonaro e pergunta onde está a vacina de Oxford

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O governo federal negocia a importação de 2 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca da Índia

Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez uma série de ataques ao governo federal e ao presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira, quando participou do ato que marcou o início da vacinação para covid-19 em Ribeirão Preto (315 km da capital).

Doria criticou o fato de o presidente ter colocado em dúvida a qualidade e eficácia do imunizante produzido pelo Instituto Butantan em diferentes ocasiões e lembrou que, até o momento, esta é a única vacina disponível no Brasil para vacinação contra covid-19. O governo federal negocia a importação de 2 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca da Índia.

"Onde estão as outras vacinas? Será que mais uma vez, além de falta de seringas, agulhas, falta de logística, testes desperdiçados com prazo vencido... Até quando vamos ter a incompetência do governo federal diante de uma pandemia que já levou a vida de mais de 215 mil brasileiros?", questionou.

Doria ainda fez declaração de apoio à Fiocruz, instituição parceira no desenvolvimento da vacina Oxford/AstraZeneca, que também foi aprovada pela Anvisa no domingo, mas cobrou o governo federal sobre a aquisição da vacina.

"Nós temos muito respeito pela Fiocruz e seus cientistas. Agora eu pergunto ao Ministério da Saúde: onde está a vacina da AstraZeneca? [...] O ministério nem considerava termos a vacina do Butantan, e hoje é a vacina do Butantan que está vacinando profissionais de saúde em todo o Brasil. Mas eu volto a perguntar ao presidente Jair Bolsonaro: onde estão as vacinas da AstraZeneca?", disse.

O governador ainda cobrou que o presidente trabalhe com compaixão, respeito pela medicina, pela saúde e pela vida. "Respeite a vida, presidente. Respeite os brasileiros", disse.

O presidente do Butantan, Dimas Covas, falou sobre o represamento de insumos que vêm da China para a produção das vacinas e destacou que se trata de um atraso burocrático. Ontem, o instituto renovou um pedido de agilidade para o envio dos insumos.

"Essa demora com relação à vinda dessa matéria-prima eu espero que fique agilizada agora, com a aprovação do uso emergencial [da Coronavac] pela Anvisa. Até o último domingo (17) a vacina era o inimigo número um do presidente, e a China também", afirmou Covas.

O diretor do Butantan ainda cobrou um maior envolvimento do governo federal para ajudar a liberar os insumos para a produção da vacina. "Se a vacina agora é do Brasil [como afirmou Bolsonaro], que o nosso presidente tenha a dignidade de defendê-la e de solicitar apoio ao seu ministério de Relações Exteriores na conversa com o governo da China. É o que nós esperamos", disse.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-R) marcou uma audiência com o embaixador da China, Yang Wanming, para falar sobre o atraso no envio de insumos para a fabricação de vacinas no Brasil.

A vacinação contra covid-19 começou em Ribeirão Preto com a imunização dos profissionais de saúde do Hospital das Clínicas da USP. A primeira a receber a dose da vacina CoronaVac foi a técnica em enfermagem Maria Luci dos Santos, 44, que trabalha há três anos no hospital.

"Estou muito feliz e confiante de que é uma porta que está se abrindo para a liberdade, para que as pessoas possam sair de casa para ver seus entes, passear, se abraçar. Isso não tem preço, liberdade", afirmou Maria, há nove meses longe da família devido ao trabalho na linha de frente no combate à covid-19.

As 6.520 doses de Coronavac entregues em Ribeirão Preto serão direcionadas aos mais de 3.000 profissionais de saúde do HC. Já a imunização dos demais profissionais de saúde do município deve ocorrer assim que as outras doses da vacina chegarem à cidade, o que deve ocorrer ainda hoje.

Fonte: Valor Invest

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