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Juros futuros têm forte queda antes do Copom e com dado do varejo no foco

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A contração do comércio varejista em outubro, reforçando a fraqueza da atividade econômica no início do quarto trimestre, é o principal fator a influenciar a dinâmica da estrutura a termo da curva de juros hoje, que se ajusta com as taxas em forte queda. Com os agentes do mercado amplamente alinhados à expectativa de aperto de 1,5 ponto percentual da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a atenção dos investidores deve se voltar à comunicação do Banco Central (BC) sobre os próximos passos.

Por volta das 13h50, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 caía de 11,50% no ajuste anterior para 11,325%; a do DI para janeiro de 2024 recuava de 11,08% para 10,855%; a do DI para janeiro de 2025 ia de 10,86% para 10,605% e a do DI para janeiro de 2027 diminuía de 10,85% para 10,58%.

O volume de vendas no varejo recuou pelo terceiro mês seguido e caiu 0,1% em outubro, na série com ajuste sazonal, segundo o IBGE. O resultado contrariou a mediana estimada pelo Valor Data, apurada junto a 27 consultorias e instituições financeiras, que era de alta de 0,7%.

De acordo com o economista da Renascença DTVM César Garritano a inflação elevada e espraiada, o contexto ainda bastante fragilizado para o mercado de trabalho, a contração dos rendimentos dos trabalhadores e o encarecimento do crédito “seguirão atuando como importantes freios para o comércio varejista nos próximos meses”.

Eduarda Korzenowski, economista da Somma Investimentos, afirma que a gestora já possuía uma visão mais pessimista sobre a atividade, prevendo, por exemplo, a queda de 0,1% do PIB do terceiro trimestre. “Ainda esperamos 4,8% de alta do PIB neste ano, mas os dados da indústria e do varejo estão decepcionando e põem viés de baixa para as nossas projeções”, disse ela, que prevê expansão de 0,4% ano que vem, citando a alta do juro, a inflação relativamente alta e as incertezas eleitorais como freios à economia.

Com este cenário em vista, a Somma projeta uma Selic de fim de ciclo de 10,5%, abaixo da mediana do mercado. “Já tínhamos um cenário de Selic mais baixo do que o mercado porque esperávamos uma desaceleração maior da atividade econômica no ano que vem. Ou seja, com a atividade fraca, não faria sentido o BC subir tanto o juro, embora a inflação esteja alta e as expectativas também venham subindo”, afirma.

Nesse sentido, ela afirma que “começa a fazer sentido” o BC reduzir o ritmo de alta da Selic para a partir da próxima reunião, depois do aperto de 1,5 ponto que deve promover hoje. “Não acredito que o BC vá se comprometer com ajuste de igual magnitude, deve ficar "data dependent"”, diz Korzenowski. “Com certeza, o mercado leria uma postura assim como "dovish" [inclinação à manutenção da taxa de juros], porque seria uma surpresa. Hoje, apesar de todos esses dados piores de atividade, a curva ainda precifica um aperto de 1,5 ponto em fevereiro.”

Um profissional de renda fixa de um grande banco chama atenção para o fato de que, embora os agentes financeiros trabalhem com “doses cavalares” de 1,5 ponto para esta e a próxima reuniões do Copom, a curva implica que a Selic não sustenta perto dos 12% precificados, projetando cortes de juros a partir do ano que vem.

“A atividade já dá sinais de estagnação e, inclusive, aparecem sinais de desinflação, com a demanda caindo pela alta de preços e a desaceleração do crédito. O IGP-DI teve deflação em novembro, e nos itens industriais desse índice, que repassam para o IPCA, a gente já vê uma desinflação”, diz este participante de mercado. Junta-se isso com o risco da PEC dos Precatórios se dissipando, temos o mercado tirando prêmio da curva.”

Fonte: Valor Invest

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