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Ibovespa supera os 110.133 pontos puxado por commodities

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Bolsa fechou com ganho de 0,32%, aos 110.133 pontos Depois de oscilar entre perdas e ganhos no começo do dia, o Ibovespa retomou a trajetória de alta e garantiu a marca de 110 mil pontos, em um movimento sustentado pelas ações de empresas ligadas a commodities. Mesmo com a valorização de 17% no mês, gestores afirmam que o rali de novembro ainda tem espaço para avançar, mas alertam que qualquer ganho adicional depende da contínua entrada de capital estrangeiro na bolsa.

Após os ajustes, o Ibovespa fechou em alta de 0,32%, aos 110.133 pontos, depois de tocar 110.596 pontos na máxima do dia. O giro financeiro foi relativamente modesto para os padrões deste mês e ficou em R$ 21,3 bilhões, abaixo da média diária de novembro.

O movimento se apoia nas ações mais ligadas a commodities, como a Vale, em mais um dia de valorização de matérias primas diante da perspectiva de normalização da economia. Entre ações com maior peso no índice, Vale ON subiu 0,94% enquanto Petrobras ON perdeu 0,67% e Petrobras PN avançou 0,11%. Já as ações de bancos passaram por uma correção após os saltos na véspera.

Em um momento que o Ibovespa supera a marca de 110 mil pontos, não há expressão que defina melhor o mercado que "contra fluxo não há argumentos". O principal índice da bolsa de valores já acumula alta de 17% no mês, muito em função do retorno dos estrangeiros para o mercado local. Gestores afirmam que o rali de novembro ainda pode continuar com a entrada de capital estrangeiro na bolsa. No entanto, esse é um equilíbrio delicado dado que o fluxo vem na esteira do cenário global e não é algo específico do Brasil.

Segundo o gestor de fundos da Pimco, Ismael Orenstein, o dinheiro que tem chegado ao país neste momento vem de forma "passiva", por meio de clientes que querem aumentar sua exposição a mercados emergentes de forma genérica e acabam colocando também aqui porque o Brasil é um membro relevante dessa cesta. "É um fluxo que não compra Brasil necessariamente porque gosta daqui", diz.

Já os fluxos mais ativos - que podem ir para qualquer lugar do mundo, mas preferem determinado lugar - não estão procurando o Brasil. "E os motivos são claros: o fiscal está desorganizado, não se tem mais perspectiva de retorno a razões de dívida/PIB razoáveis - não se sabe nem a política fiscal para o próximo mês -, e não se tem juros. Enquanto no passado, o Brasil era um país que tinha riscos fiscais, políticos e volatilidade, mas era compensado com Selic alta. Hoje, com juros reais negativos, não tem como", diz.

Segundo dados da B3 até o último dia 23, as compras dos estrangeiros superaram as vendas em R$ 26,7 bilhões e a participação em Bolsa saltou para 48,2%, aponta Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

Para Tiago Sampaio Cunha, gestor da Grou, existe espaço para valorização da bolsa. Ele explica que os estrangeiros têm retornado ao Brasil na esteira do fluxo para emergentes, sem tanta ligação com a situação específica do Brasil. Ao mesmo tempo, os investidores locais reduziram a exposição ao risco. “Se vier alguma coisa positiva de reforma ou que limite o risco de estouro do teto, o local vai voltar com tudo. Assim, a bolsa contaria com duas forças na mesma direção positiva”, diz.

“O Brasil está muito underweight nas posições dos estrangeiros há anos. Se tiver um movimento de realocação para mercados emergentes e Brasil, ainda pode ter muito fluxo. O cenário local é um componente importante, mas não é o determinante para esse movimento”, acrescenta.

O gestor de renda variável da Western Asset, Cesar Mikail, afirma que o mercado local não vai ficar descompassado com o resto do mundo, principalmente, em um momento mais favorável a ativos de risco e excesso de liquidez. No entanto, a incerteza local impede uma participação maior do investidor daqui.

Por mais que a bolsa esteja avançando, o gestor destaca que outros ativos – métricas de risco no Brasil – seguem bem pressionados. Esse é o caso dos juros de longo prazo. “A bolsa andou e juro não tombou. Isso mostra que temperatura está alta. Precisamos fazer as reformas”, acrescenta. “Para o mercado local andar mais, o estrangeiro precisa avançar. Não acho que que o local vai puxar”, explica o profissional.

Gerd Altmann/Pixabay

Fonte: Valor Invest

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