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Áreas de lazer e de convivência migram para o rooftop

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Novidade nos projetos de arquitetura pressupõe requinte, sofisticação e exclusividade O mercado imobiliário de luxo de São Paulo ressignificou a área de lazer dos empreendimentos, que foram parar no rooftop. O objetivo é aproximar o morador da natureza e de exclusivas experiências de entretenimento e bem-estar. Novos projetos arquitetônicos, inclusive, já desenham o terraço contemplando espaços com equipamentos de malhação, piscinas, ofurôs, jardinagem e até quadras poliesportivas. O êxodo do lazer do térreo para o rooftop foi potencializado pela pandemia — mas pressupõe refinamento, qualidade e exclusividade.

A arquitetura faz sua parte, expondo o visual urbano para contemplação e convivência dos moradores. Inspirada em luxuosos empreendimentos hoteleiros no Brasil e no exterior, a tendência levou as incorporadoras a abrir mão da venda das áreas das coberturas em prol do requinte e da privacidade dos clientes de alto padrão.

Inspirada em hotéis de luxo, a tendência levou as incorporadoras a abrir mão da venda das áreas das coberturas em prol do requinte e da privacidade dos clientes de alto padrão

Com luminosidade e ventilação natural, fica mais fácil usufruir momentos de descompressão e fitness, avalia Juliana Monteiro, diretora de Produto da Mitre Realty. “O lazer no rooftop veio para ficar. É um olhar diferente sobre a cidade. E a instalação de academias, saunas e piscinas no topo dos prédios protege os moradores da curiosidade alheia”, pontua. O benefício é duplo: ganha-se privacidade e otimiza-se o aproveitamento dos telhados.

Piscina borda infinita.

IDEAZARVOS/Divulgação

O empreendimento Haus Mitre Jardins, que a construtora lançou no mês passado, inova ao delimitar os espaços no terraço para a prática de ioga, espaço gourmet, spa e um sky bar, entre outros mimos. O projeto prevê proteção de vidro no ambiente, do chão ao teto. E no topo do Onze22, da incorporadora IdeaZarvos, na Vila Madalena, o design do rooftop foi além e projetou um salão de convivência com piano, piscina de borda infinita e vista panorâmica da cidade.

Uso intenso

Quem conhece esse mercado sabe que os potenciais compradores não se contentam só com o visual -- é preciso ter requinte! Há 30 anos atuando no segmento de alto padrão da capital, o incorporador Otávio Zarvos recorda que, no passado recente, esses espaços eram projetados para constar do folheto de venda, mas não eram frequentados. "Hoje, o uso é intenso", afirma.

Se o condomínio tiver um maior número de apartamentos, como o Parque Global - sofisticado complexo com cinco torres na Marginal Pinheiros -, o ideal é oferecer variedade de opções de lazer. Luciano Amaral, diretor-geral da incorporadora Benx, diz que o pacote de diversificação exige soluções criativas e funcionais na escolha dos ambientes, que devem ser preferencialmente amplos para garantir conforto. "Grandiosidade é fundamental, como pé-direito duplo, por exemplo", ressalta Amaral.

O pacote de diversificação exige soluções criativas e funcionais na escolha dos ambientes, que devem ser preferencialmente amplos, com pé-direito alto para garantir conforto

Mas é preciso entender, no entanto, que o uso da área das coberturas dos prédios para convivência não cabe em qualquer projeto. Para o executivo da construtora Nortis, Daniel Terenpins, é importante entender o que é prioritário para o morador mais exigente, que prefere espaços exclusivos e com acabamentos de excelência. "Nesses casos, não dá para compartimentar demais e criar muitos ambientes que não necessariamente terão uso intenso", informa.

No Nord Jardins, empreendimento da incorporadora, a planta levou para o 27º pavimento itens ao estilo escandinavo, como é conhecida a arquitetura minimalista, caracterizada por linhas sóbrias: sauna, piscina de borda infinita, áreas de convivência e academia. Aparentemente simples, o estilo exige produtos, acabamentos e peças inteligentes e sofisticadas, ao mesmo tempo. Sofisticação que cabe no bolso de poucos.

Tendência reflete foco na qualidade de vida

Academias nos prédios ganham status e devem ter equipamentos de última geração

Salas de massagens amplas oferecem conforto e infraestrutura que dificilmente se tem em casa.

Zarvos/Divulgação

Cada vez mais utilizados pelos moradores que preferem a comodidade de malhar com um personal trainer no próprio condomínio a deslocar-se para outros endereços, as academias nos prédios viraram prioridade para muitos compradores endinheirados. Nestes rooftops, além dos equipamentos de última geração e de vistas panorâmicas, há até bosques integrados. “O topo dos edifícios ganhou status na preferência dos moradores, sobretudo aqueles que treinam diariamente”, diz Juliana Monteiro, da Mitre.

O personal broker Fábio Zarzana, que atua no mercado paulistano de alto luxo, confirma a crescente exigência dos moradores por requinte e sofisticação nesses espaços. E Luciano Amaral, da Benx, cor-robora. Segundo ele, os clientes perguntam não só se o empreendimento tem academia, mas também a dimensão do espaço e os tipos de equipamentos. “Até as marcas dos apare-lhos são questionadas por potenciais compradores”, destaca.

Mais uma novidade trazida pelo novo estilo de viver imposto pela pandemia, os espaços fitness não eram tão sofisticados nem os usuários tão exigentes

Tudo isso, no entanto, é mais uma novidade incluída no novo estilo de viver imposto pela pandemia — mesmo nos edifícios de alto luxo. Otávio Zarvos, da construtora que leva seu sobrenome, recorda que as academias não eram tão sofisticadas nem os usuários tão exigentes. Mas, com o isolamento social, aumentou o número de pessoas que buscam a prática de atividades físicas no próprio endereço, elevando o grau de excelência. “A academia hoje precisa ser maravilhosa, com pé-direito duplo e equipamentos de ponta. Não é só para malhar, é também para inspirar.”

A área de convivência e lazer no terraço ganha ainda mais pontos com o morador se tiver espaços wellness e exclusivos para pets. No primeiro caso, salas de massagens amplas oferecem conforto e infraestrutura profissional que dificilmente se tem em casa, além de lounges para relaxamento ao ar livre. Daniel Terenpins, da Nortis, explica: “Há um foco crescente na saúde e na qualidade de vida, e isso se reflete nos empreendimentos”.

Fonte: Valor Invest

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