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Ficar pouco tempo em uma empresa pega mal?

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A colunista Karin Parodi avalia se permanecer pouco tempo em um emprego pode prejudicar o currículo É importante fazer uma reflexão de cada passagem pelas empresas, listando o que foi positivo e o que foi negativo, diz colunista

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“Olá. Tenho 26 anos e já atuei em sete empresas diferentes. A última fiquei por apenas três meses em uma posição de coordenação. Minha carreira possui grandes altos e baixos e o meu tempo médio nas empresas é de um ano. Minha dúvida é como isso é visto pelo mercado, se é um ponto negativo e como posso melhorar.”

Profissional que atua em auditoria e consultoria, 26

O mundo do trabalho vem se transformando e impactando alguns conceitos sobre estabilidade, como anos de casa, crescimento linear em uma mesma área, foco em posições de liderança vs. projetos desafiadores. Conceitos que estão mudando a forma como conduzimos nossa carreira. Você está em uma etapa inicial de muitas décadas de carreira.

No início da carreira temos a oportunidade de ter algumas experiências, sendo que o estágio é uma etapa para experimentação e identificação com as atividades relacionadas aos conhecimentos adquiridos ao longo da faculdade e a oportunidade de começar a fazer escolhas com base nas experiências. A primeira pergunta que você tem que se fazer é o por que você tem tanta instabilidade profissional. Você já fez essa reflexão de forma mais profunda? Teve feedbacks dos teus gestores ou pares sobre a tua atuação profissional? Você tem que começar pelo por que antes de dar um novo passo.

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Para ter algumas respostas, faça uma reflexão de cada passagem pelas empresas, faça uma lista do que foi positivo e o que foi negativo. Você vai assim ter mais condição de mapear os por quês.

Uma outra informação importante é se você pediu demissão para buscar novos desafios ou a tua saída foi motivada pelas empresas? Para qualquer ser humano, em todas as esferas da vida, o autoconhecimento é a base de tudo. Você se conhece? Quais são as tuas principais características de personalidade, habilidades, interesses, motivadores, valores, propósito? Quais conhecimentos você adquiriu nestas empresas? Tem se desenvolvido nas oportunidades de carreira com as quais se deparou?

Da mesma maneira que a empresa nos escolhe para um novo desafio, nosso papel é também saber escolher a empresa. Este exercício foi feito por você? Você realmente está feliz com o que faz?

Voltando à tua pergunta, sim, um dos maiores entraves para a carreira de um profissional é a instabilidade em seu currículo. Instabilidade entende-se o profissional que nunca permanece menos do que um ou dois anos em um emprego. Ao ficar menos de um ano na posição, é mais difícil conseguir apresentar realizações, conclusão de projetos e ter resultados para apresentar. Simplesmente porque o tempo não foi suficiente. E qual empresa quer selecionar, treinar dar desafios se o profissional em breve irá sair?

É claro que existem explicações plausíveis para uma permanência curta em uma empresa. Sem dúvida, que temos situações nas nossas carreiras que nos fazem pedir demissão como, por exemplo, falta de empatia com o líder, promessas que não foram cumpridas no momento da contratação ou uma nova oportunidade simplesmente irrecusável. Contudo, isso pode acontecer não com a frequência e período que você menciona. E pior ainda quando as justificativas dos motivos de saída não são claras.

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Esse tipo de currículo é muitas vezes descartado do processo seletivo porque tende a demonstrar imaturidade e impaciência. A imagem que fica é que, quando chega o momento de dar frutos, o profissional por algum motivo vai embora para outra oportunidade de carreira. Se ele não permanece tempo suficiente para atuar nos projetos do início até o momento de colher os resultados, torna-se difícil compreender sua capacidade de entrega e seu valor para a organização. Para você dar um novo passo consistente sugiro você se dedicar a esta detalhada reflexão.

Selecione pessoas com quem você trabalhou para darem feedbacks sinceros, pois isso irá contribuir para o teu desenvolvimento. A partir dessa etapa, comece a planejar e implementar o teu novo passo de carreira. Dificilmente você irá encontrar a empresa perfeita, pois perfeição não existe. Mas, se você acorda feliz para ir ao trabalho, será um profissional mais engajado, produtivo e criativo. E isso te fará crescer, ter uma carreira consistente e ter um maior sentido no próprio trabalho.

Uma coisa é certa: a maioria das variáveis que tem impactado a tua consistência e continuidade está nas tuas mãos. Cabe a você identificar por que não está trilhando o caminho que almeja e que seja valorizado pelo mercado. Você tem uma longa jornada pela frente, muitas coisas para aprender e se desenvolver e com isso ter várias realizações e resultados. E qual profissional não busca isso e qual empresa não gostaria de ter em seu quadro, alguém feliz, engajado, produtivo e que gere resultados superiores? Boa sorte.

Karin Parodi é fundadora do Career Center e presidente do conselho da Wave

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Esta coluna se propõe a responder questões relativas à carreira e a situações vividas no mundo corporativo. Ela reflete a opinião dos consultores e não a do Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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Fonte: Valor Invest

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