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Polícia Civil investiga sete pessoas por morte de João Alberto no Carrefour

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga sete pessoas no inquérito da morte de João Alberto Silveira Freitas. O soldador, negro, foi espancado até a morte na última quinta-feira, 19, por dois seguranças brancos em um a loja do Carrefour de Porto Alegre. Além deles, é apurado se os demais investigados cometeram crime de omissão de socorro. Até agora, a polícia já ouviu mais de 20 pessoas. A delegada do caso, Roberta Bertoldo, disse nesta segunda-feira, 23, que pretende ouvir novamente as testemunhas. Em entrevista à Jovem Pan, ela lembrou que a conduta de todos os presentes, incluindo dos clientes, está em avaliação. “Também se pratica crime de forma omissiva, deixando que o resultado venha a acontecer. As pessoas também serão punidas. Clientes, prestadores de serviço, pessoas que passaram por ali, algumas procuraram fazer algo e não conseguiram, outras realmente nada fizeram. Todas as condutas serão averiguadas para que, de forma dolosa ou culposa, venham a ser responsabilizados por esse fato inadmissível”, disse.

A RBS TV teve acesso ao depoimento de uma cliente que presenciou a morte de João Alberto. Segundo ela, os seguranças ficaram “desorientados” ao perceber que ele não respirava mais. A testemunha afirmou ter percebido que João Alberto “apresentava sinais visíveis de asfixia” e avisou os seguranças, mas eles pediram que “não se intrometesse em seu trabalho”. Antes de ser espancado e morto, João Alberto, dentro do supermercado, abordou uma funcionária, que prestou esclarecimentos aos investigadores. Ela disse que o soldador “parecia estar furioso com alguma coisa” e que ele a encarou de longe. Depois teria se aproximado e dito algo que ela não entendeu devido ao barulho e ao fato de ele estar usando máscara. Segundo a testemunha, o homem se aproximou novamente e fez um gesto que não soube descrever. A mulher de João Alberto, Milena Borges Alves, deu outra versão à Polícia, dizendo que o marido fez um sinal com as mãos para a moça “em forma de brincadeira”.

Outro ponto que está sendo apurado no inquérito é se a morte tem relação com algum desentendimento anterior dentro do supermercado. Segundo a delegada Roberta Bertoldo, a funcionária com a qual teria havido o incidente na noite da morte disse que João Alberto havia ido dias antes ao local e teria tido um “conduta inoportuna”. Ela não teria presenciado, mas, segundo ficou sabendo, na ocasião anterior, a vítima parecia estar embriagada, teria importunado outros clientes e não estaria usando máscara. Roberta Bertoldo afirmou que o fato anterior pode ter relação com a agressão. No entanto, a delegada destacou que todas essas alegações precisam ser comprovadas e que nenhuma delas é razão para a violência que levou à morte. “Não há nada que possa justificar tamanha violência. É inadmissível nos depararmos com essa cena diante de qualquer tipo de incidência que pode ter acontecido no supermercado. Se aponta que houve uma discussão, até uma certa ameaça velada [por parte de João Alberto], mas nada disso, hipótese alguma é justificativa para atos de tamanha brutalidade.”

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo abriu uma investigação sobre a conduta de três cabos da corporação. Eles são sócios da empresa de segurança que prestava serviço ao supermercado onde João Alberto morreu. Os agentes são suspeitos de terem infringido dois artigos do Regulamento Disciplinar da PM de São Paulo que tratam da proibição de agentes públicos em empregos de segurança. Nesta segunda-feira, 23, o Carrefour Brasil perdeu mais de R$ 2 bilhões em valor de mercado. As ações caíram 5,35%, a R$ 19,30, a maior queda do Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo. O Carrefour Brasil anunciou que vai criar um fundo de R$ 25 milhões para a promoção da inclusão racial e combate ao racismo.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni

Fonte: Jovem Pan

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