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Anticoncepcionais aumentam risco de trombose após tomar a vacina da Covid-19? Tire dúvidas

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O avanço da vacinação contra a Covid-19 no mundo tem impulsionado a discussão sobre os possíveis efeitos adversos do uso de imunizantes, especialmente em relação aos casos de trombose. Até 21 de abril, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA), país com maior número de ocorrências deste tipo, registrou 209 casos de formação de coágulos e 41 mortes por trombose após a vacinação com o fármaco da AstraZeneca. Com o aumento dos casos, ao menos 22 nações, como Dinamarca, Portugal, Itália, Espanha, África do Sul e Suécia chegaram a suspender temporariamente a imunização com a vacina de Oxford, enquanto outros locais, como a Bélgica, restringiram a aplicação a pessoas com 55 anos ou menos. Mas, de fato, o que é trombose? Quais são os sintomas e consequências da doença? A trombose é mais do que a formação de coágulos na corrente sanguínea. As causas para o surgimento da enfermidade são diversas, como infecções, inclusive pelo coronavírus, tabagismo, sedentarismo, obesidade e até a gestação. Entre elas, uma das mais faladas é a relação com o uso de pílulas anticoncepcionais.

Anticoncepcionais aumentam os riscos de trombose?

De fato, o uso de anticoncepcional aumenta o risco de mulheres desenvolverem a formação de coágulos sanguíneos. A explicação é que o crescimento hormonal causado pela pílula favorece a doença. Essa elevação, somada ao risco de trombose após a vacinação, pode levar a uma maior propensão para a formação de coágulos depois da imunização em pessoas que fazem uso de anticoncepcional, explica o ginecologista Rodrigo Ferrarese. “A gente sabe que o risco se sobrepõe, então um paciente que tem Covid-19 e fuma, ele tem maior risco de ter trombose. Então se estabelecer o risco da pílula e da vacina, a paciente que usa anticoncepcional terá, teoricamente, também um risco maior de ter trombose”, afirma. Embora reconheça esse “risco somado”, o ginecologista lembra que ainda faltam dados científicos que expliquem a trombose resultante da imunização e alerta: os casos de coágulos causados pela Covid-19 são significativamente maiores. Para elucidar, Rodrigo Ferrarese compara dados da incidência da doença por diferentes causas. Veja abaixo a comparação:

  • Covid-19: Em 1 milhão de pacientes infectados pelo coronavírus, 165 mil terão trombose
  • Cigarro: Em 1 milhão de pessoas que fumam, 1.700 desenvolvem trombose
  • Anticoncepcional: Em 1 milhão de mulheres que usam a pílula, de 500 a 1.200 vão ter trombose
  • Vacina: Em 1 milhão de vacinados, quatro pessoas vão desenvolver coágulos sanguíneos

“Ainda não foi comprovado que a vacina cause ou aumente as chances de trombose. Ainda assim, se a gente pegar todas as ocorrências de trombose causadas pela AstraZeneca, por enquanto, foram quatro a cada 1 milhão. Então, ainda que esse risco se estabeleça, o risco da formação de coágulos é muito menor [sendo imunizado] do que, inclusive, tendo a Covid-19.” Já o médico vascular Bruno Naves destaca que os raros casos de trombose após a vacinação contra o coronavírus são diferentes dos relatos da doença por uso do anticoncepcional. “Houve alguns casos na Europa, são milhões de pessoas vacinadas lá, de uma trombose de seios cavernosos, ela dá na cabeça ou na barriga. Ali é uma trombose com característica completamente diferentes dessa trombose que começa mais na perna, por exemplo. É como se fosse alérgica, as pessoas têm uma reação, baixam as plaquetas e formam os trombos. É uma reação autoimune, mas é muito raro. Normalmente, são mulheres abaixo dos 55 anos e não tem nenhuma relação com a pílula.”

É recomendado paralisar o uso do anticoncepcional no período de imunização contra a Covid-19?

Na semana passada, pesquisadores do Salk Institute, nos Estados Unidos, comprovaram que a Covid-19 é uma doença vascular. Ou seja, afeta os vasos sanguíneos e pode, com isso, causar reflexos em diversos sistemas, além do respiratório, e facilitar a formação de coágulos. “A Covid-19 é classificada como uma síndrome respiratória aguda viral, mas estão propondo que a classifique como uma síndrome trombótica aguda viral, porque todo o problema dela é trombótico. Então todas as alterações dela têm relação com uma intensa inflamação, que causa o que a gente chama de monotrombose, uma inflamação da parede dos vasos. Dá muita trombose a Covid-19, por isso falamos que o risco de ter a doença pelo coronavírus é 165 mil vezes maior do que ter trombose por vacina”, diz o especialista vascular. Considerando o risco aumentado da enfermidade pelo coronavírus, a recomendação dos médicos é clara: independente, ou não, do uso de anticoncepcionais, as mulheres devem ser imunizadas. “Se em um milhão de pessoas é 0,0004 a chance de ter essa trombose [após imunização], para cada um milhão de pessoas que têm Covid-19 o risco é de 165 mil. A diferença é tão maior que, sinceramente, a melhor atitude é tomar a vacina.”

Fonte: Jovem Pan

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