O papa Francisco demonstrava muito carinho e preocupação com o Brasil, afirmou o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (21), em Brasília:
"Não só porque ele é latino-americano, e isso é uma identificação, eu diria, assim, direta conosco, mas porque, de fato, ele tem carinho pelo Brasil. E, como pastor da igreja, ele deu muita atenção e olhou para o Brasil com expectativa. (...) O Brasil, pelo modo de ser Igreja, é também um modelo para que a Igreja se dinamize, se atualize cada vez mais. Então, é um sentimento verdadeiro, puro, que o papa Francisco tinha por todo o povo brasileiro".
Dom Ricardo relembrou a participação de Francisco na Jornada da Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em 2013, quando pediu que a igreja tivesse coragem e que fosse ao encontro de todos. O secretário-geral da CNBB destacou os momentos marcantes do papado de Francisco e sua preocupação com os pobres e marginalizados, principalmente os imigrantes:
"Um papa que caminhava com o povo, que ouvia antes de falar e que servia antes de ser servido. Papa Francisco foi um construtor de pontes, não apenas entre os povos e religiões, mas também entre o evangelho e as dores do mundo. Ensinou-nos que a verdadeira autoridade nasce do serviço e que a centralidade da Igreja está nos pobres e nas vítimas da história".
Sobre a ampliação das mulheres na Igreja Católica e seu acolhimento a pessoas LGBTQI+, dom Ricardo ressaltou o papel de Francisco na defesa da humanização da sociedade:
"Em relação às mulheres, foi muito bonito ver o papa, inclusive destacando mulheres em cargos que, de fato, foram originais, jamais tinha acontecido, para mostrar também o quanto a Igreja quer integrar e valorizar a pessoa humana. Este é o grande ponto importante: sem preconceitos, mas também buscando a dignidade".
Para a CNBB, o momento agora é de luto, oração e reflexão pela morte do papa Francisco nas igrejas de todo país.
Fonte: Agência Brasil
