
A morte de Rosineide Maria da Conceição, de 50 anos, paciente do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), trouxe à tona não apenas a escalada da violência, mas também o preconceito que pessoas com transtornos psiquiátricos enfrentam diariamente. A tragédia, ocorrida na madrugada deste sábado (22), gerou grande comoção e um alerta sobre a vulnerabilidade desse público.
Rosineide foi assassinada a tiros após um desentendimento com um vizinho. Em nota, a psicóloga Dra. Valéria, responsável pelo CAPS Dr. Gaudêncio, lamentou o crime e fez um desabafo sobre o desprezo social por aqueles que sofrem com transtornos mentais. "Pensam: "Ah, olha lá, a doida do CAPS chegou!" Muitos estigmas!!!!", escreveu a profissional, destacando a marginalização dessas pessoas.
No texto, a médica ressaltou que os usuários do CAPS fazem parte da sociedade, trabalham, votam, compram e vendem, mas ainda são vistos como indesejáveis. "A vida ficou banalizada e, se essa vida estiver em sofrimento psíquico, então, quanto preconceito e estigma essa pessoa carrega", pontuou.
Dra. Valéria também questionou a falta de solidariedade e empatia diante da violência contra grupos vulneráveis. "Onde foi parar a solidariedade, a empatia, o cuidado, o amor pelo ser humano?", indagou, reforçando a necessidade de uma sociedade mais acolhedora e menos excludente.
A nota do CAPS Dr. Gaudêncio encerra com uma citação da renomada psiquiatra Nise da Silveira: "O que melhora o atendimento é o contato afetivo de uma pessoa com outra. O que cura é a alegria, o que cura é a falta de preconceito."
O caso segue sob investigação, e o assassinato de Rosineide reacende o debate sobre a necessidade de políticas públicas mais efetivas para garantir a segurança e a dignidade das pessoas em sofrimento psíquico.